Vai ter apagão? Outubro deve ser mês decisivo; entenda

Uma das maiores apostas do governo para driblar a crise hídrica e afastar o risco de racionamento de energia é o acionamento de quatro usinas térmicas, que, juntas, têm condição de produzir 1.300 MW. “As termelétricas estão prontas para serem acionadas, só há um problema”, diz Xisto Vieira, CEO da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget). “E preciso gás natural para alimentá-las e o insumo ainda não está disponível em volume suficiente, embora haja diversas tratativas do governo para aumentar os suprimentos”.

Uma das alternativas é incrementar as importações da Bolívia, um maiores produtores mundiais de gás natural. As negociações, no entanto, não têm avançado. A Petrobras, responsável pela intermediação com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB), tenta assinar um novo contrato com volumes de importações superiores aos atuais 20 milhões de metros cúbicos por dia – o objetivo é chegar a 30 milhões. “Até o momento, as tratativas não lograram êxito”, informou a Petrobras à EXAME por meio de nota. “Conforme já divulgado, a Petrobras está atuando junto à YPFB na busca de um novo contrato interruptivel para incremento temporário da importação da Bolívia”.

A alta demanda mundial pelo gás natural, com a retomada econômica, e o crescimento exponencial do preço do produto, que aumentou 1.000% na Europa desde o ano passado, é apontada por fontes de mercado como uma das barreiras à assinatura de novas cláusulas contratuais. Outro, igualmente importante, é a própria limitação do parque gerador da YPFB. “A empresa vem sofrendo com questões estruturais que não têm permitido a retomada da produção nos níveis de alguns anos atrás”, diz Rivaldo Moreira Neto, presidente da consultoria Gas Energy.

As quatro térmicas listadas pelo governo para entrar em operação em outubro, a Cuiabá, Uruguaiana, Termonorte 1 e Termonorte 2, aguardam a chegada do insumo. Juntas, elas têm capacidade para produzir 1.300 MW. Com a crise hídrica, o país precisará gerar algo próximo a 5.000 MW para que não falte energia, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

“No momento, parece um pouco difícil fechar essa conta, dadas as próprias restrições do sistema e a dificuldade em conseguir volume significativos de gás natural para alimentar as usinas”, diz o economista Adriano Pires, sócio-fundador da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).



Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Infraestrutura, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu