Vale a pena assistir 'Elis, a Musical'? Espetáculo tem ingressos esgotados SP e segue para o Rio

Quem conseguiu comprar ingressos para “Elis, a Musical” em São Paulo pode se considerar sortudo: os ingressos para o espetáculo já estão esgotados, e o arranjo seguirá, agora, para o Rio de Janeiro. A peça, que retorna aos palcos após 10 anos, faz um resumo da vida e carreira de Elis Regina, considerada uma das maiores vozes do Brasil de todos os tempos. Na capital paulista, fica em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso até domingo, 5.

Premiado em 2013 com o Reverência, Cesgranrio, APTR, Bibi Ferreira e Cenym, o espetáculo retorna com algumas mudanças no elenco, figurino e cenários. Laila Garin, que interpreta Elis e foi vencedora como melhor atriz nos prêmios Shell, Bibi Ferreira, Reverência, APCA, QUEM, Cesgranrio e Botequim Cultural, segue no protagonismo da peça. Já os papéis de Ronaldo Bôscoli e Jair Rodrigues terão novas interpretações: Flávio Tolezani assume a posição como primeiro marido de Elis, e Fernando Rubro encara o desafio de dar vida sambista. O intérprete de Tom Jobim será realizado por Santiago Villalba.

Laila Garin no papel de Elis Regina

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No Rio de Janeiro, a temporada segue no Teatro Riachuello, de 10 de novembro a 10 de dezembro. Depois, passa para Niterói, no Teatro Oscar Niemayer, de 15 a 17 de dezembro. O retorno da peça é uma oportunidade não só de ver o premiado espetáculo de música com mais recursos, mas também para relembrar alguns dos maiores sucessos de Elis ao longo dos anos, assim como os momentos pontuais de sua carreira. Guiados por Laila, que traz uma brilhante interpretação das músicas da cantora, bem como seus maneirismos, todo o musical constrói a história da maior voz do Brasil, em momentos de glória e também de tensão.

“Elis, a Musical” é uma produção original da Aventura. Tem direção de Dennis Carvalho e texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade. O elenco é composto por Laila Garin (Elis Regina), Lílian Menezes (alternante Elis Regina), Flavio Tolezani (Ronaldo Boscoli), Claudio Lins (Cesar Camargo Mariano), Santiago Villalba (Tom Jobim e Luiz Carlos Miele), Fernando Rubro (Jair Rodrigues), Leandro Melo (Lennie Dale), Chris Penna (Seu Romeu), Pablo Áscoli (Henfil), Isaac Belfort (Marcos Lázaro), Aurora Dias (Dona Ercy), Fabricio Negri (Pierre Barouh), Bruno Ospedal (Nelson Motta), Joyce Cosmo (personagens femininos) e Adê Lima (personagens masculinos).

Vale a pena assistir a peça ‘Elis, a Musical’?

Não é à toa que o espetáculo venceu tantos prêmios, e em diversas categorias. A montagem, que agora inclui mais trocas de figurino e cenários complexos, impressiona pela apresentação das músicas, muito bem entrelaçadas à trama. Longe de dublagens, Laila solta a voz para encaixá-la na potência do meio-soprano de Elis — e, com isso, transpassa uma sensação contagiante e quase impossível de rever a Pimentinha nos palcos. E não para por aí: o estudo da atriz sobre os maneirismos e até mesmo o jeito de falar da cantora são uma cópia fiel das várias entrevistas que Elis concedeu durante a vida.

Para além dos hipnotizantes solos de Laila, também chama a atenção as canções que envolvem o parceiros e colegas que contracenam com ela. O dueto de sambas que remonta a apresentação de Elis ao lado de Jair Rodrigues em 1965 é um dos pontos altos da trama, e revela uma parceria e sincronicidade dos atores, com destaque para a atuação de Fernando Rubro. A gravação icônica de “Águas de Março” com Tom Jobim, bem interpretado por Santiago Villalba, guia o público a um sentimento saudoso do ápice da música popular brasileira (MPB).

A versão musicalizada da história dos conturbados casamentos da cantora também se destacam, em especial ao ato solo de Cláudio Lins, que interpreta César Camargo Mariano, segundo marido de Elis e pai da cantora Maria Rita e Pedro Mariano. Essa mistura de música e interpretação, tão apreciada nos musicais fora do Brasil, traz uma versão brasileira da Broadway aos palcos de São Paulo.

Mas música a parte, os diálogos em “Elis, a Musical” são outro aspecto que demonstram o toque especial de Dennis Carvalho na direção, que foi amigo de Elis em vida. Momentos de glória, que levaram a cantora a se tornar uma das maiores vozes do Brasil, ficam tão evidentes quanto seus momentos de fúria, da personalidade forte dela, de seus ideais políticos, feministas. A peça aborda, por exemplo, a tão criticada apresentação nas Olimpíadas do Exército, em pleno regime no Brasil, em 1972.

Da forma de xingar ao sorriso aberto da cantora, todo o espetáculo esquenta o coração do público e se converte em uma segunda chance de ver Elis, em toda sua maestria, de volta aos palcos. Os melhores momentos acompanham também suas melhores músicas, como a performance de “Como Nossos Pais” e “O Bêbado e a Equilibrista”. Em outras palavras, é como sentir a emoção de revê-la em um cenário impossível, e sentir o corpo se arrepiar a cada nota.

Versão positiva de uma história com final triste

Vale destacar que a versão da artista relatada na peça é mais positiva — sem menções claras ao uso de drogas por parte da cantora , e também deixa de abordar os últimos dias de Elis. Em entrevistas durante 2013 e 2014, Dennis Carvalho justificou a ausência desses detalhes afirmando que a artista, de quem era amigo pessoal, só começou a fazer uso de narcóticos um ano antes de sua morte. Para ele, inserir todo esse contexto deixaria a peça muito longa, posto que o contexto demanda mais complexidade.

Não gosto de sensacionalismo, coisas apelativas. Quis apenas fazer uma homenagem à mulher, à cantora e à mãe”, disse ele em 2014, em entrevista à Jovem Pan.

Onde assistir ‘Elis, a Musical’?

A peça segue para Rio de Janeiro, no Teatro Riachuello, de 10 de novembro a 10 de dezembro. Depois, passa para Niterói, no Teatro Oscar Niemayer, de 15 a 17 de dezembro.

Ainda têm ingressos para ‘Elis, a Musical’ em São Paulo?

Na capital paulista, o espetáculo já tem todos os ingressos esgotados. A última apresentação em São Paulo será neste domingo, 5.

Como comprar ingressos para ‘Elis, a Musical’ no Rio de Janeiro?

Os ingressos para o Rio de Janeiro e Niterói estão disponíveis no site da Sympla. O valor varia entre R$ 50 e R$ 150, a depender do posicionamento do palco.

Qual a causa da morte de Elis Regina?

A cantora morreu aos 36 anos, por causa de uma overdose de álcool e cocaína, em 1982. Ela foi velada por mais de 60 mil pessoas no Teatro Bandeirantes, no centro de São Paulo, e depois em um cortejo até o Cemitério do Morumbi.



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