No Twitter, Bolsonaro afirmou que a maior parte dos recursos virá por “operações com facilitação de créditos”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o governo federal apresentou um plano de 85,8 bilhões de reais para Estados e municípios conseguirem arcar com demandas de saúde e impactos econômicos do coronavírus.
A maior parte desse montante – 40 bilhões de reais – virá por “operações com facilitação de créditos”, disse o presidente no Twitter, sem detalhar a investida.
Questionado, o Ministério da Economia não esclareceu o assunto imediatamente.
Atendendo a pleito dos entes subnacionais por suspensão do pagamento de suas dívidas junto à União, Bolsonaro afirmou que o alívio será de 12,6 bilhões de reais nessa frente.
O presidente também destacou a recomposição em 16 bilhões de reais para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além de 8 bilhões de reais em transferências para a saúde, o dobro do previsto, segundo Bolsonaro.
Completam o pacote 9,6 bilhões de reais em renegociação de dívidas de Estados e municípios com bancos e 2 bilhões de reais em orçamento para assistência social.
A soma das iniciativas extrapolou o valor inicialmente divulgado por Bolsonaro, chegando a 88,2 bilhões de reais.
No Twitter, o presidente afirmou que duas Medidas Provisórias (MPs) irão transferir recursos para fundos de saúde estaduais e municipais.
Na sexta-feira passada, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que o governo não poderia atender pedido dos Estados por repasses mensais de 15 bilhões de reais para o enfrentamento ao coronavírus, mas afirmou que o pleito de suspensão de pagamento das dívidas estaduais estava em análise.
De acordo com Waldery, o governo também estudava atender à solicitação dos Estados por transferências de fundos da União para fundos dos entes subnacionais.
O Palácio do Planalto informou que Bolsonaro participará às 17h de coletiva de imprensa após reuniões nesta tarde com governadores das regiões Norte e Nordeste.
Os governadores do Sul e do Sudeste também marcaram para hoje reunião para discutir medidas contra os impactos do vírus nas áreas de logística, transportes e saúde da região.
As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus:
Clima de embate
As reuniões acontecem em meio a embates entre os chefes de estados e o presidente Jair Bolsonaro, que neste domingo, 22, os chamou de “exterminadores” de empregos, em função das medidas de isolamento adotadas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Piauí e Distrito Federal.
Na semana, o presidente já havia chamado o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “lunático”. O governador respondeu ao presidente via Twitter: “Lidere seu país, presidente. Faça seu papel. Os governadores do Brasil estão fazendo o seu.” Também nesta segunda-feira, Doria se reunirá com um conselho de crise com 100 empresários que atuam no estado. Eles irão discutir a possibilidade de doações para o sistema de saúde.
Outro alvo de críticas de Bolsonaro é o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que baixou um decreto suspendendo o transporte interestadual e aéreo no Rio. Bolsonaro esclareceu que tal decisão só poderia ser tomada pelo governo federal e manteve a normalidade dos serviços.