Conservar a onça-pintada em seu ambiente natural é uma tarefa árdua, tanto pelas ameaças que essa espécie sofre como pelo fato de exigir extensas áreas preservadas para o animal sobreviver e se reproduzir. Por outro lado, preservá-lo é de extrema importância para a manutenção do equilíbrio dos ambientes, principalmente porque o animal regula o tamanho das populações de suas presas, como queixadas, capivaras e jacarés.
Maior felino das Américas, a onça-pintada é também o maior predador terrestre do Brasil e sua conservação só acontece com a manutenção de todo o meio ambiente em que ela vive.
O Instituto Onça-Pintada, organização não governamental criada para preservar a espécie, afirma que se há onça-pintada em um determinado local é porque o meio ambiente está saudável.
Ciente da importância da onça-pintada para o ecossistema brasileiro, a JBS, líder global de produção de proteínas, firmou uma parceria com o Instituto Onça-Pintada. A iniciativa tem como objetivo desenvolver um projeto de conservação dessa espécie ao longo do Rio Araguaia, o terceiro maior do Brasil, desde a divisa entre Goiás e Mato Grosso, passando pelo Tocantins, até o Pará. A iniciativa vai criar um dos maiores corredores de biodiversidade do mundo, com 3 mil quilômetros de extensão e área de 13 milhões de hectares.
“Essa é mais uma iniciativa da JBS em prol da sustentabilidade, que hoje é a própria estratégia da companhia”, afirma Liège Correia, diretora de sustentabilidade da Friboi. “Estamos felizes em contribuir para a preservação da onça-pintada, uma espécie fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico.” A JBS assumiu compromisso global de se tornar Net Zero até 2040.
O projeto da JBS e do instituto consiste em um trabalho de orientação e engajamento de mais de 2 mil produtores da região para que eles se conscientizem sobre a preservação da onça-pintada e entendam a importância desse felino para o ecossistema. Assim, espera-se permitir que os animais tenham sua vida preservada e possam conviver em harmonia em seu habitat natural.
Nessa parceria, a JBS irá ainda doar equipamentos de monitoramento da fauna silvestre, como coleiras GPS, para que seja possível acompanhar os felinos, e as armadilhas fotográficas que auxiliarão na localização e na estimativa populacional da onça-pintada.
Anah Tereza de Almeida Jácomo, diretora-executiva do Instituto Onça-Pintada, afirma que 80% das onças-pintadas no Brasil estão fora de reservas governamentais. “Isso significa que qualquer ação de conservação da espécie dependerá do proprietário de terra”, diz. “Os produtores são, portanto, parte da solução, e não do problema.”
Atualmente, a Amazônia é o maior refúgio para a onça-pintada. Nos demais ambientes, a fragmentação de habitat e o consequente isolamento de suas populações são as maiores ameaças para a espécie. Nesses casos, a manutenção e a restauração de conexões entre populações isoladas – foco do projeto da JBS com o Instituto Onça-Pintada – são as principais estratégias de conservação. No corredor formado pela iniciativa, os animais poderão circular livremente entre os dois maiores biomas brasileiros: a Amazônia e o cerrado.