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A democracia se defende contra seus inimigos

Há muito o que se discutir em termos jurídicos sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, que, já investigado nos inquéritos dos atos antidemocráticos e das fakes, gravou um vídeo francamente repugnante, com ataques e incitação à violência contra membros do STF, a instituição em si e a própria democracia brasileira.

Faz sentido falar em flagrante apenas porque o conteúdo estava num vídeo público? Há motivo para considerar o crime inafiançável? Até que ponto a imunidade parlamentar poderia proteger o deputado neste caso? Como distinguir um discurso que efetivamente incita à violência ou ao golpe e outros que, embora igualmente condenáveis, não o fazem?

Há também uma discussão constitucional importante, que perpassa muitos debates brasileiros: o inchaço de poder do STF. Agora ministros do Supremo que se sintam ofendidos podem simplesmente mandar prender? Se isso vale até para um deputado, quanto mais não valerá para qualquer cidadão normal que, por exemplo, xingue o Supremo ou algum de seus ministros nas redes sociais.

Esses debates importam, e desenhar com mais clareza os limites da lei para aplicações futuras é necessário para a preservação do Estado de Direito e nos proteger contra o arbítrio de membros do Judiciário. No momento, vigora uma disputa de interpretações, em que membros do STF (especialmente Alexandre de Moraes e Toffoli) parecem esticar bastante as definições da lei para cobrir um grande número de decisões. Não se trata de ruptura da ordem jurídica, posto que todas as decisões são justificadas no texto legal, mas dão a impressão de serem “forçadas de barra” interpretativas.

Seja como for, um fato é inegável: Alexandre de Moraes mais uma vez demonstrou coragem em atos decisivos contra inimigos da ordem democrática brasileira. Palavras que moldam a opinião pública e mobilizam a ação são armas. Os ataques frequentes às pessoas e às instituições brasileiras que não se curvam ao projeto bolsonarista viveram três anos de vale-tudo. Com os inquéritos e prisões, o vale-tudo chega ao fim.

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