O impasse entre a Ceasa e os pequenos agricultores foi provocado pelas novas regras de uso do chamado Mercado do Produtor, um espaço dentro da Ceasa, utilizado para a venda dos alimentos.
São 132 agricultores que precisam utilizar o espaço, de três a pelo menos seis dias por semana, e que se dizem prejudicados com a situação.
Pelas novas regras e dependendo do tipo de produção, o espaço poderia ser utilizado no máximo 3 vezes por semana, já a partir desta terça-feira.
Por causa disso, produtores realizaram um protesto nesta segunda no Centro Cívico, onde distribuíram frutas e legumes para quem passava pela região.
À tarde houve uma reunião com representantes da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Segundo Paulo Biscaia, presidente da Aprotiba, a Associação dos Produtores da Ceasa de Curitiba, foi decidido que os produtores abririam mão de um dia no Mercado do Produtor.
No entanto, eles querem a garantia de uma nova solução para o problema dentro de quatro meses.
O secretário Norberto Ortigara informou à CBN que para o uso da “Pedra”, uma espécie de apelido do Mercado do Produtor, existe uma fila muito grande, e é preciso disciplinar o uso do espaço para garantir um rodízio mínimo.
A nova lei sancionada pelo governador cria um regramento para as cinco grandes centrais de distribuição e venda de produtos agrícolas, especialmente hortifrutigranjeiros, no estado.
O texto estabelece, por exemplo, as licitações para uso dos boxes de venda, por pessoa física ou jurídica, como associação e cooperativas, quem pode participar e por quanto tempo se dará este direito, de acordo com a categoria.
Norberto Ortigara disse ainda que nestes 4 meses de duração do acordo e de regulamentação da nova legislação, todos os que utilizam o espaço serão cadastrados.
Segundo o secretário, a ideia é identificar e excluir aqueles que não teriam direito de explorar o Mercado do Produtor.
Em nota enviada à CBN, a Ceasa informou que atualmente são 1534 produtores que frequentam o espaço, e há uma fila de 300 agricultores familiares que necessitam de um dia somente para realizar sua comercialização.
Ainda segundo a nota, a medida de reduzir os dias para a comercialização dos alimentos vem sendo adotada de forma gradativa há pelo menos 4 anos.