O Conselho de Segurança da ONU vota, nesta sexta-feira, uma resolução para um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, em um momento em que Israel pressiona a sua campanha contra o Hamas no enclave palestino.
A moção, que já foi apresentada, será votada no fim do dia (às 19h30 em Brasília), mas é improvável que seja bem-sucedida, já que os Estados Unidos, com poder de veto no Conselho, já declararam que se opõem a tal medida.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na abertura da sessão emergencial que a brutalidade do Hamas nos ataques de 7 de outubro — que deixaram mais de 1.200 mortos, segundo autoridades israelenses — “jamais poderia justificar a punição coletiva dos palestinos”, apelando também pela libertação de 130 reféns mantidos em cativeiro pelo grupo em Gaza.
— Condeno sem reservas esses ataques. Estou consternado com os relatos de violência sexual — acrescentou Guterres. — Não há justificativa possível para matar deliberadamente cerca de 1.200 pessoas, incluindo 33 crianças, ferir outras milhares e fazer centenas de reféns.
Em contrapartida, os EUA declararam que não apoiarão os “apelos a um cessar-fogo imediato” em Gaza, disse seu embaixador adjunto na ONU, Robert Wood.
— Embora os Estados Unidos apoiem os apelos para uma paz duradoura, na qual israelenses e palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato — disse Wood.
Ele acrescentou ainda que um cessar-fogo “plantaria as sementes de uma guerra futura”, pois o Hamas “não tem desejo algum de uma paz duradoura”.
Guterres convocou a reunião de emergência do principal órgão das Nações Unidas depois de semanas de combates que deixaram mais de 17.487 pessoas mortas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.
O líder da ONU utilizou o raramente utilizado Artigo 99 da Carta das Nações Unidas para chamar a atenção do Conselho para “qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais”.