Empresas brasileiras conquistam o mercado internacional

Uma pesquisa recente feita pela Fundação Dom Cabral mostra que para 76% das empresas brasileiras a estratégia de internacionalização foi pouco ou nada afetada pela pandemia. Outra boa notícia é que, para 82% delas, os resultados internacionais, inclusive, melhoraram ou se mantiveram estáveis desde a chegada da covid-19.

Foi o caso da Fanem, líder de mercado no setor de neonatologia. A empresa, que começou seu processo de internacionalização em 1968, quando levou seus produtos para uma feira internacional de equipamentos médicos e hospitalares, exporta para mais de 135 países.

Durante a pandemia, a companhia, que investe 7% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento, conseguiu inovar, oferecendo ao mercado uma nova linha de aspiradores cirúrgicos, que foram utilizados em hospitais de campanha, assim como câmaras e freezers para o armazenamento de vacinas contra a covid-19.

Além dos investimentos, Rubens Massaro, superintendente comercial da Fanem, credita o sucesso do processo de internacionalização ao apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil)

“Ela contribuiu com muito conhecimento, estudos de mercado e apoio logístico para estimular a presença de empresas do nosso setor em feiras internacionais, criando oportunidades comerciais e o acesso a novos mercados”, diz Massaro.

O acesso à informação também impactou na estratégia de expansão da empresa, que mantém duas unidades industriais – uma no Brasil e outra em Bangalore, na Índia –, além de um escritório na Jordânia, em Amã, e uma rede de representantes em todos os países em que atua.

Unicórnio à vista

Outra empresa apoiada pela ApexBrasil – e que vem tendo um crescimento meteórico no exterior – é a Rocket.Chat, uma plataforma de comunicação open source customizável (uma alternativa ao Slack) e que já soma mais de 500 clientes internacionais, entre eles a Marinha americana e o banco Credit Suisse.

Assim que foi lançada, há seis anos, a ferramenta recebeu dezenas de milhares de downloads em poucas horas. Para Leandro Coletti, vice-presidente global de vendas da Rocket.Chat, o fato de a empresa ter sido lançada com um mindset global (site, software e toda a comunicação em inglês) ajudou a romper fronteiras. “Cerca de 90% de nossa receita vem de fora do país”, diz o executivo.

Leandro Coletti, da Rocket.Chat: 90% de receita da empresa vem de fora do país

Leandro Coletti, da Rocket.Chat: 90% de receita da empresa vem de fora do país (Rocket.Chat/Divulgação)

O apoio da ApexBrasil também foi fundamental para o processo de internacionalização. “Ela sempre esteve no centro de nossa estratégia de expansão, dando apoio e incentivando nossa participação em feiras, ações de engajamento e missões no exterior”, afirma Coletti. “Essa parceria nos deu mais credibilidade e tempo para focar na estratégia do negócio, já que tivemos todo o suporte logístico, operacional e de conhecimento.”

Brasil IT+: um projeto setorial

Coletti se refere ao Projeto Setorial Brasil IT+, promovido pela Apex em parceria com a Softex, uma organização que já contribuiu com 41% das exportações do setor de TI.

Graças ao programa, a Rocket.Chat pode interagir com analistas da consultoria Gartner e receber mentoria em vendas e go to market.

 (Rocket.Chat/Divulgação)

O preparo abriu portas para negociações com fundos de investimento e aportes como da Valor Capital, que destinou 100 milhões de reais para investimentos da empresa no processo de internacionalização.

Embora não divulgue seus resultados, a Rocket.Chat anunciou que vem triplicando seu faturamento ano a ano e tem planos de, até 2025, se tornar um novo unicórnio.

“Qualquer empresa com um hyper growth (hipercrescimento) como o nosso pode se tornar um unicórnio. Mas ter a ajuda da Apex e de investidores como a New Enterprise Associate, que tem centenas de IPOs e unicórnios no portfólio, traz muitas possibilidades de crescimento”, diz Coletti. “Temos aumento de receita acelerado e um custo de aquisição de cliente baixo, duas métricas que os investidores adoram. Por isso, se a gente fizer esse trabalho bem-feito, podemos, sim, nos tornar um unicórnio.”



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