O imunizante está no centro das investigações da CPI da Covid-19 no Senado por supostas irregularidade nas negociações
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta quarta-feira, 30, o prazo para concluir a análise do pedido de uso emergencial da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin por falta de documentos obrigatórios e essenciais para a avaliação da eficácia e da segurança do imunizante, informou o órgão regulador.
A Anvisa disse em nota oficial que notificou a Precisa Medicamentos, autora do pedido, para que as informações pendentes sejam providenciadas em caráter de urgência.
A agência citou uma série de documentos ausentes, incluindo relatório de estudos pré-clínicos de segurança e imunogenicidade e diversos dados de eficácia e de segurança.
O pedido de uso do imunizante foi apresentado na na terça-feira, 29, em meio às investigações da CPI da Covid-19 no Senado e de demais órgãos de controle sobre suspeitas de irregularidades envolvendo as tratativas com o governo federal para compra da Covaxin.
Essas suspeitas levaram o presidente Jair Bolsonaro para o centro do debate na CPI. Ele teria sido informado das alegadas irregularidades, conforme depoimento do deputado Luís Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda, à CPI na semana passada.
O Ministério da Saúde decidiu suspender o contrato de compra da vacina indiana Covaxin. A decisão ocorreu após uma recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU), sugerindo a suspensão do contrato.
A medida é cautelar e temporária “para uma análise mais aprofundada do órgão de controle”, disse a pasta em comunicado à EXAME. O acordo foi firmado em fevereiro deste ano para a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante, fabricado pelo laboratório Bharat Biotech.
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