Ibovespa cai 8% após saída de Moro aprofundar crise política

A bolsa de valores brasileira opera em forte queda na manhã desta sexta-feira, 24, após Sérgio Moro confirmar sua saída do ministério da Justiça, aprofundando a grave crise política pela qual passa o país. Às 12h50, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, recuava 7,7%, para 73.522 pontos.

Em entrevista coletiva à imprensa em Brasília hoje, Moro disse que a demissão, pelo presidente Jair Bolsonaro, do diretor geral da Polícia Federal Maurício Valeixo configura interferência política, e que prefere deixar o governo para preservar a sua biografia. A possibilidade de Moro sair do governo vinha sendo aventada desde ontem, quando Bolsonaro o avisou da intenção de trocar o comando da Polícia Federal. Nesta sexta, Valeixo, homem de confiança de Moro, teve sua exoneração confirmada. “Não era uma questão do nome. O grande problema de realizar a troca é que seria a violação da promessa que me foi feita [a de que teria carta branca]. Não tinha razão [para a troca] e ficaria claro que teria uma interferência política na Polícia Federal. Isso não foi feito nem durante a Lava Jato”, disse Moro.

“Nesse momento de crise, muitas trocas já é preocupante, ainda mais de nomes fortes como [Luiz Henrique] Mandetta e Moro”, comentou André Perfeito, economista-chefe da Necton. Para ele, a disponibilidade que o presidente Jair Bolsonaro tem demonstrado em cortar ministros relevantes de seu governo como uma ameaça também ao ministro da Economia Paulo Guedes.

“O mercado fica com receio de até o Guedes estar fragilizado. O Pró-Brasil [também conhecido como ‘Plano Marshall brasileiro’], que organizaram sem o aval do ministério da Economia, aumenta as incertezas”, disse. 

O mercado tem visto com grande cautela a saída de ministros com popularidades elevadas. “O isolamento do presidente está ficando cada vez mais em evidência. Isso acaba tornando-o mais frágil aos acontecimentos que podem ocorrer, como um impeachment”, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

Apesar da turbulência políticas no Brasil, as bolsas dos Estados Unidos seguiam trajetória de alta, após ser aprovado pela Câmara o estímulo fiscal de 484 bilhões de dólares, que devem ser destinados a hospitais e pequenas empresas. Os dados americanos de encomenda de bens duráveis referentes ao mês de março vieram melhores do que as expectativas e ajudam a endossar o otimismo no exterior. O índice S&P 500 tinha leve alta de 0,4%


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