Itaú: primeira responsabilidade das empresas é cuidar do País

Para Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, nenhuma instituição pode ser melhor do que o país em que ela se encontra. Por isso, toda empresa deve se preocupar com as condições sociais das pessoas. “Precisamos cuidar da nossa casa”, afirma Bracher. “Não descansaremos enquanto a pandemia não for superada”. 

O banco anunciou uma doação de 1 bilhão de reais para o combate ao novo coronavírus. O valor será transferido para a Fundação Itaú Social e será administrado por um grupo de profissionais da área de saúde liderado pelo médico Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo Bracher, esse dinheiro, que representa pouco mais de 3% do lucro líquido do Itaú,  sairá do balanço da instituição e não é elegível a incentivos tributários. A equipe liderada por Chapchap, que conta com Sidney Klajner, presidente da do Hospital Albert Einstein, e o médico Drauzio Varella, trabalhará voluntariamente. 

O presidente do Itaú prevê grandes mudanças no setor empresarial após a crise. “Quanto mais tempo durar o isolamento, mais fragilizada estará a economia na saída”, diz Bracher. “Essa fragilidade vai forçar todos os agentes a reverem a forma como apoiam a economia”.

As estimativas iniciais do Itaú previam um intervalo de queda do PIB brasileiro, em 2020, entre 0,5% e 6,5%, a depender da duração do isolamento social e da velocidade da retomada. “Hoje, minha estimativa é que esse intervalo esteja entre 3,5% e 6,5%”, afirmou o executivo.

Recorde de doações

Antes do anúncio do Itaú, as doações de empresas e indivíduos para iniciativas de combate ao novo coronavírus já ultrapassavam a marca de 1 bilhão de reais, de acordo com levantamento é da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que vem monitorando o movimento filantrópico relacionado à pandemia. 

Segundo João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR, esse movimento é inédito e o maior da história recente do País. “ “Estamos falando desde grandes doadores, como empresas e ONGs, com milhões de reais, a famílias, grupos e indivíduos que doam 30, 40 reais”, diz Vergueiro. 

O total doado é ainda maior, no entanto, pois o monitoramento da ABCR considera apenas as doações públicas e com o valor em reais divulgado. Iniciativas que envolvem a compra de produtos médicos, como álcool gel, máscaras etc, não entram no cálculo. 

Para Márcia Woods, presidente do conselho da ABCR, esse movimento mostra a importância do terceiro setor para a economia. “O terceiro setor não deve ser valorizado só em momentos de crise como agora, em que houve uma mobilização ágil de recursos. Ele é fundamental por apoiar às diversas causas sociais que atuam junto aos menos favorecidos e em temas críticos para nossa sociedade”, diz Márcia.


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