Lam-Frendo, do G20: infraestrutura é a aposta do mundo no pós-crise

O lema no Global Infrastructure Hub, entidade do G20 dedicada a monitorar projetos e auxiliar governos em frentes de infraestrutura, é construir uma agenda que seja “sustentável, resiliente e inclusiva”.

Mais do que um horizonte distante, essas precisam ser as palavras mágicas para os governos no século 21. É o que aponta Marie Lam-Frendo, CEO da organização, que falou à EXAME logo após a reunião dos ministros das Finanças do G20 neste mês.

Dos EUA à Europa ou à América Latina, países voltam a apostar na infraestrutura como remédio para o pós-pandemia. Mas o mundo mudou desde o New Deal dos anos 1930, e simplesmente construir pontes e gerar empregos de baixa qualificação pode não ser mais suficiente: encontrar um modelo econômico mais sustentável e reduzir desigualdades serão pontos chave na “nova infraestrutura” global.

“Os países estão abraçando uma recuperação transformacional”, diz Lam-Frendo.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista, concedida por e-mail — e leia a reportagem completa “Correndo para tirar o atraso”, sobre infraestrutura no pós-covid, publicada na edição deste mês da EXAME.

Maria Lam-Frendo, do hub de infraestrutura do G20: países em desenvolvimento podem aproveitar abundância de capital ESG

Maria Lam-Frendo, do hub de infraestrutura do G20: países em desenvolvimento podem aproveitar abundância de capital ESG (GIHUB/Divulgação)

Historicamente, a infraestrutura já foi encarada como um caminho de saída para diferentes crises — podemos lembrar da crise de 1929 ou mesmo do Plano Marshall na Europa pós-guerra. Os governos estão buscando a mesma estratégia agora?

A infraestrutura é central para a recuperação de crises uma vez que, em primeiro lugar, impulsiona a produtividade no curto prazo e, depois, também traz um ganho econômico de médio e longo prazo. Nesta crise, não poderia ser diferente: a infraestrutura é parte do plano de recuperação ao redor do globo e nós estamos trabalhando no âmbito do G20 para rastrear esses planos — por exemplo, o pacote bipartidário de 1,2 trilhão de dólares que foi aprovado pelo governo dos EUA.

Por outro lado, na última crise global, em 2008, a infraestrutura no pós-crise parece ter sido menos discutida do que dessa vez, ao menos em boa parte dos países. Qual é a diferença agora?

Pela primeira vez em um século, os governos estão tendo que responder a uma crise global de saúde que tem consequências econômicas diretas. Os governos estão conscientes de que o que estamos vivendo não é o mesmo que na crise financeira global de 2008 ou em outras crises passadas, então a resposta também não é a mesma.

A diferença fundamental dessa crise é que os países desenvolvidos estão abraçando uma recuperação transformacional. 

Os governos veem a infraestrutura como elemento central da recuperação pós-covid no que diz respeito ao crescimento, mas também para alcançar objetivos que os países já haviam estabelecido através dos vários fóruns multilaterais nos últimos anos, como o Acordo de Paris.



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