Mais de 2 mil cidades pedem ajuda ao governo diante do avanço da covid

Para enfrentar o aumento dos casos de coronavírus e influenza no país, um grupo de mais de 2 mil prefeitos enviou um ofício ao Ministério da Saúde na quarta-feira solicitando apoio da pasta na estruturação do atendimento ambulatorial, compra de testes rápidos de Covid-19 e de remédios antigripais, atualmente em falta em várias cidades do país.

O documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, foi encaminhado pelo Conectar, consórcio criado na pandemia para a compra de vacinas e que hoje atua em outras frentes da saúde pública. As mais de 2 mil cidades que fazem parte do grupo respondem por uma população de cerca de 150 milhões de pessoas, equivalentes a 65% do territorio nacional.

— A situação é alarmante. Precisamos de mais testes, mais estrutura e medicação — afirmou o presidente do Conectar e prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro, ao GLOBO. — Estamos assistindo a um crescimento vertiginoso do número de casos de Covid e influenza. Pedimos ao Ministério medidas emergenciais e apoio aos municípios. O governo federal não pode se omitir se os municípios não têm estrutura para atender a uma demanda inesperada.

Peso nos cofres municipais

No texto encaminhado ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, o Consórcio relata o esgotamento dos estoques do Oseltamivir, medicamento usado para tratar casos graves de influenza. Em alguns locais, como Ribeirão Preto (SP), há um apagão do remédio desde o início do ano:

— Não temos Tamiflu (como é conhecido o Oseltamivir). O medicamento só está presente em algumas estruturas particulares. É um fenômeno nacional e quem abastece o setor público com esse remédio é o SUS, através de aquisições do Ministério da Saúde e da distribuição logística do estado — disse o prefeito da cidade, Duarte Nogueira (PSDB).

Ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a epidemiologista Carla Domingues lembra que é preciso levar em conta que não há medicamento para Covid-19, mas para influenza, sim.

— Sei que o ministério tem estoque estratégico guardado para essas situações. É preciso distribuir (o medicamento). Influenza exige leito de UTI, assim como a Covid, então precisamos evitar que chegue a esse nível e tenha uma dupla carga importante nos hospitais públicos — disse ela.

Em Ribeirão, a busca por atendimento médico aumentou em 56% de dezembro para cá, segundo Nogueira. Os prontos-socorros da cidade, que têm capacidade para receber até 600 pessoas por dia, já bateram quase 800 pacientes diários nas últimas semanas. A realidade, no entanto, não se restringe ao município do interior paulista. No documento do Conectar, os 2 mil prefeitos ressaltam que o aumento de novos casos de Covid-19 em conjunto com os de Influenza tem onerado sobremaneira os serviços de atendimento ambulatorial. “As unidades de atendimento à população, por mais que tenham tido a expansão necessária, estão sendo demandadas para além de sua capacidade de atendimento”, afirma o texto.



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