Na Light, um acordo ainda (muito) distante | Exame INsight

A Light ainda está muito longe de um acordo com os seus credores. A principal discussão é sobre o preço de conversão da dívida em ações.  

Na mesa, está a proposta de Nelson Tanure de ancorar um aumento de capital de R$ 1 bilhão na empresa, ao preço médio ponderado das ações nos últimos 45 dias, que hoje está em torno de R$ 6. Nessa operação, no entanto, ele levaria dois bônus de subscrição imediatamente conversíveis e a um preço simbólico. Ou seja, na prática, cada ação sairia a R$ 2.  

Para os credores, a proposta é de conversão de parte da dívida diretamente pelo preço médio ponderado, sem os warrants.  

“Está claro que é uma assimetria muito grande. Primeiro, a empresa não vale o preço de tela. Segundo, dá até para argumentar que quem colocar dinheiro novo possa ter alguma vantagem, mas não tão discrepante”, aponta uma fonte envolvida nas negociações. “É um haircut [desconto na dívida] surreal.”  

Tanto os detentores de debêntures, que tem cerca de R$ 6 bilhões em dívidas na distribuidora, quanto os bondholders, com R$ 2 bi a receber, acreditam que um preço na casa dos R$ 2 a R$ 3 por ação na conversão das dívidas faria mais sentido.  

“Não tem muita conversa, quando se faz o valuation dessa companhia, chega-se a um valor muito abaixo do preço que ela negocia na Bolsa. O papel negocia completamente descolado dos fundamentos”, pondera um interlocutor.  

Segundo ele, por ora, a Light está irredutível na proposta. “As conversas estão travadas, não tem nem como começar a discussão nesse preço.” 

Com baixa liquidez, de menos de 10 milhões de ações por dia na média dos últimos 12 meses, a Light vale hoje R$ 2,35 bilhões na Bolsa – alta de 42% em um ano e queda de 25% nos últimos seis meses.  

A proposta apresentada formalmente pela Light no mês passado prevê a conversão de 40% das dívidas de R$ 11 bilhões em ações. Para quem aderir à proposta, o restante dos débitos seria pago num prazo de oito anos com remuneração de IPCA mais 4% ao ano.  

Quem não aderir, receberia o pagamento  em condições muito menos atrativas, em 15 anos remunerados por IPCA+2%.  

A Light quer fazer a assembleia de credores em 21 de março. A data efetiva ainda depende de aprovação judicial.  

Continue lendo

Recomendados

Desenvolvido porInvesting.com
Mercado, Todos

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Menu