Entre os grandes destaques da Bitcoin Week 2022, realizada em Miami, está a Lightning Network. Além da integração mais robusta com o Cash App, segundo maior aplicativo de finanças dos Estados Unidos, o Robinhood, uma das maiores corretoras do país, também anunciou a integração com a rede para possibilitar transações rápidas e gratuitas de bitcoin.
Soluções de segunda camada são protocolos paralelos ao principal, no caso da Lightning, do Bitcoin. Pode ser dito que elas funcionam como uma via expressa, com seu próprio mecanismo de consenso, e “desovam” seu tráfico na principal, para que ela se mova mais rápido.
O Bitcoin, apesar de inovador, possui diversas limitações que dificultam seu uso como meio de pagamento. As principais são a velocidade em que as transações acontecem e seu custo. A principal causa disso é que cada transação é inserida como um bloco na cadeia, e como um bloco é adicionado a cada 10 minutos, muitas vezes a confirmação de um pagamento só acontece horas depois.
Embora existam outras soluções para esse problema, como o Bitcoin Cash, a Lightning Network consegue deixar o blockchain inalterado e com todos os seus benefícios, como a segurança e a privacidade, ao mesmo tempo em que transforma seu uso. Fundado em 2016 pela Lightning Labs, o protocolo funciona permitindo um canal de transferências entre duas partes, mas somente a primeira e a última são registradas no blockchain, ou seja, não ficam limitadas por esse protocolo.
Para começar, ambas as partes devem comprometer uma quantidade de bitcoin, que é segurado e não podem ser resgatado enquanto o canal de transferências estiver aberto. A quantidade de moedas que podem ser transferidas é a mesma contida no canal.
Em uma transação em que ambas as partes cedem 10 bitcoin, por exemplo, essas 20 moedas serão registradas no blockchain. Após esse primeiro registro, as trocas podem acontecer quase instantaneamente e com custo de frações de centavos de dólar. No fechamento do canal, o saldo remanescente de cada um é registrado novamente. A rede funciona como uma cadeia, ou seja, futuramente, todos terão canais entre si, mesmo através de terceiros, que podem recebem uma pequena taxa por facilitar o pagamento.
Seus usos atuais reforçam a robustez da rede, como a carteira cripto Chivo, do governo de El Salvador, compatível com Lightning e compatível com transações internacionais, economizando ao povo el salvadorenho mais de US$ 400 milhões em taxas. Ou o Twitter, que desde o ano passado permite que usuários mandem gorjetas aos seus criadores de conteúdo favoritos, usando um aplicativo conectado à Lightning Network.
Apesar disso, existem vulnerabilidades no código, assim como em qualquer outra tecnologia. Segundo Jose Jager, um desenvolvedor independente na plataforma, essas falhas são ou muito difíceis de explorar ou ainda não são vantajosas o suficiente para hackers, disse ele ao CoinDesk. O especialista também apontou que no momento, a maioria dos usuários da rede são amigáveis e a utilizam para seu uso proposto, e que seria vantajoso em um sentido se ela se tornasse alvo de um ataque para testar sua confiabilidade no longo prazo.
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