‘Orçamento secreto’: comissão aprova teto de R$ 16,2 bi para 2022

A Comissão Mista do Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou nesta segunda-feira o texto-base do parecer preliminar do Orçamento para 2022. O documento prevê um teto de 16,2 bilhões de reais para as emendas de relator, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto” neste ano.

A previsão é menor do que a de 2021, quando foram direcionados 16,8 bilhões de reais. Além disso, essas emendas devem ter mais transparência com a publicação do ato conjunto da Câmara e Senado na última semana, como a listagem dos beneficiários dos recursos.

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Essas emendas deverão atender 22 áreas predefinidas pelo relator, como saúde, defesa, investimento, ações de ciência e tecnologia e de defesa civil.

Durante a discussão, parlamentares de vários partidos, como PSOL e PSL, reclamaram da falta de critérios com as despesas das emendas de relator.

“Desde seu advento, as emendas de relator-geral em programações orçamentárias arranham a imagem deste Congresso Nacional dando margem a ilações de toda monta sobre nossa dignidade, o Congresso tem o direito e o dever de comandar o orçamento da nação, mas deve também defender os preceitos da nossa Constituição”, disse a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS).

A comissão rejeitou uma proposta do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) de colocar um teto de 5 bilhões de reais para as emendas de relator para que elas fossem usadas apenas para corrigir “inadequações” no Orçamento. O relator Hugo Leal se posicionou contrariamente.

“Vossa Excelência limita todas as outras possibilidades, inclusive as inadequações de ordem técnica, apesar de entender a lógica de Vossa Excelência não vejo como prosseguir porque ele não só limita, como restringe todas as outras ações do relator-geral”, disse Leal.

Depois dessa aprovação, os parlamentares vão avaliar os relatórios setoriais do Orçamento, que devem ser votados até a próxima segunda-feira. A expectativa do relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), é de votar o relatório final até o dia 17 deste mês.

Segundo o relator, o parecer preliminar não depende da promulgação da PEC dos Precatórios, que abre espaço no Orçamento e ainda aguarda definição da cúpula do Congresso.

“Até lá nós já teremos promulgada o que será a PEC 23 [dos Precatórios], se parcialmente, se integralmente, de acordo com o que foi entendimento das duas casas, só para deixar claro que o parecer preliminar não vem sob os auspícios da aprovação da PEC”, disse.



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