Renovação à vista no coração da AB Inbev, a área financeira

Segundo o jornal britânico Financial Times, o principal executivo financeiro da fabricante de bebidas, Felipe Dutra, deve partir após 15 anos no cargo

São Paulo — Investidores estarão atentos, nesta quarta-feira, à reação dos papeis da cervejaria AB InBev a uma troca de peso no alto escalão da companhia. A notícia de que um plano para substituir o veterano Felipe Dutra, principal executivo financeiro da AB InBev, está em curso sinaliza uma importante renovação no comando da maior cervejaria do mundo.

Uma reportagem do jornal britânico Financial Times publicada na tarde desta terça-feira (7) cita que as fontes divergem sobre as causas. Alguns indicam a insatisfação com os resultados da companhia. Outros apontam apenas um movimento natural de carreira de um executivo que está há quase três décadas na companhia. A cervejaria e o executivo não comentaram.

Qualquer que seja a motivação, a mudança é simbólica. A companhia nunca fez uma substituição nesta área tão nevrálgica para o negócio. Dutra ocupa a posição há 15 anos, antes mesmo da existência da AB Inbev como é hoje. O executivo começou a carreira na Ambev em 1990 – um ano depois que o antigo Garantia comprou a velha cervejaria Brahma.

Tornou-se o principal executivo da área financeira logo após a Ambev dar seu mais expressivo salto na direção na formação do maior grupo do setor no mundo: a integração com a belga Interbrew, em 2004. (A compra da americana Anheuser-Busch, que emprestou as primeiras letras do nome atual da companhia, só aconteceu em 2010.) O executivo é o único veterano, ao lado do carioca Carlos Brito, presidente global da AB InBev, que protagonizou a saga expansionista da cervejaria e ainda permanece na operação.

O fato é que a empresa, que tem entre seus principais acionistas o lendário trio de empresários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, entregou resultados abaixo das expectativas de analistas em quatro dos últimos oito trimestres. As receitas cresceram 2,7% no terceiro trimestre de 2019, em relação ao mesmo período do ano anterior. O volume vendido, no entanto, encolheu 0,5%.

Um dos fatores que mais incomodam os investidores é o endividamento, que continua alto (90 bilhões de dólares) desde a compra da sul-africana Sab Miller em 2016. Desde julho o valor das ações encolheram 20%. Na terça (7), o valor da companhia caiu 2% — no patamar acima de 130 bilhões de dólares.

Um sucessor provável, segundo a reportagem do Financial Times, é o também brasileiro Nelson Jamel, atual principal executivo financeiro para a América do Norte, e que está na companhia desde 1997.

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