O mobiliário pode ser adaptado para palestras, eventos ou jantares com degustação e o espaço deverá ser totalmente integrado com a operação online
access_time
1 out 2019, 08h00
A Wine, varejista online de vinhos, irá abrir sua primeira loja física esta semana, em Belo Horizonte, MG. Mais do que uma loja, o espaço deve servir como local para eventos e estoque para acelerar as entregas.
Com um investimento de aproximadamente 500 mil reais, o espaço de 180 metros quadrados abriga cerca de metade dos 800 rótulos disponíveis do site. O mobiliário pode ser adaptado para palestras, eventos ou jantares com degustação.
O espaço deverá ser totalmente integrado com a operação online: os preços e promoções serão os mesmos e será possível comprar online e retirar na loja. A cidade de Belo Horizonte foi escolhida por conta dos assinantes do clube de vinhos. Em um raio de 4 quilômetros da loja está a maior concentração de consumidores da companhia.
Esse é o primeiro grande lançamento de Marcelo D’Arienzo, que assumiu a liderança da Wine em janeiro no lugar de Rogério Salume, que passou a ocupar a presidência do conselho de administração.
Com o ponto físico, o presidente espera se aproximar mais do seu público consumidor, além de oferecer uma vitrine para os negócios B2B da companhia, voltados a outras empresas, como restaurantes e redes varejistas.
Ter um ponto físico também é essencial para vender mais no online. Em um teste, a empresa descobriu que, ao oferecer entregas no mesmo dia ou até no dia seguinte, as vendas pela internet cresceram 30%. Por enquanto, essa modalidade de entrega está disponível apenas em Vitória, ES, onde fica a sede da companhia, mas com a abertura de espaços físicos a opção chegará a novas cidades.
Embora o espaço sirva como lugar para testes, no ano que vem, os planos são de abrir uma nova loja por mês. Os investimentos planejados para os próximos anos são de 50 a 60 milhões de reais, o que inclui a expansão da rede de lojas, gastos em marketing e o lançamento do programa de fidelidade, o Wine Up. Com o programa, a ideia é premiar os consumidores mais assíduos e permitir que eles avaliem e indiquem os seus vinhos preferidos para amigos. Entre os investidores da empresa, está a Península, empresa de investimentos do empresário Abilio Diniz.
Reposicionamento
Nos últimos meses, D’Arienzo se dedicou a estudar o posicionamento da Wine no mercado de vinhos e decidiu voltar o foco para o clube de vinhos, seu principal produto, ao invés das compras individuais ou em promoções.
“Para vender garrafas de vinho, o mercado é muito competitivo e é difícil se diferenciar. Por isso, decidimos nos voltar ao mercado de assinatura”, diz o executivo.
Diferenciar o negócio hoje é essencial para a Wine. Quando a empresa surgiu, há 10 anos, o mercado de vinhos era ainda menor do que é hoje. As garrafas chegavam ao país apenas pelas mãos de importadoras e só era possível comprar em grandes varejistas ou lojas especializadas.
A Wine tirou a intermediação de importadoras e varejistas para oferecer um preço mais barato pela internet. Hoje, ela não é a única a oferecer esse serviço. Cerca de 15% das vendas de vinhos finos no Brasil já são feitas pela internet.
Assim, o foco no clube de assinaturas pode ser uma chance de expor melhor a marca da Wine. Para o presidente, a assinatura pode oferecer mais do que a chance de repor garrafas na adega: “é uma oportunidade de entretenimento e de conhecer mais sobre a bebida.”
Da média brasileira de 1,7 litro por pessoa, os assinantes consomem cerca de 55 litros por ano. “Concentramos no que fazemos bem e conversamos com um público menor, mas que entende nossa proposta de valor”, diz D’Arienzo.
Ao focar na assinatura, a empresa aumenta a recorrência de compra, dando mais previsibilidade às receitas. Também diminui a necessidade de promoções para atrair novos clientes.