Ela começou na cozinha de casa e hoje tem marca de "chocolates puros” que quer faturar R$ 15 milhões

A nutricionista Larissa Ludwig ainda estava na faculdade, em Porto Alegre, quando começou o projeto da Cookoa. Com alergia ao glúten e à lactose, ela foi testando possibilidades de substituições de ingredientes para fazer um chocolate a pessoas com restrições alimentares na cozinha de casa. O que produzia, vendia nos corredores da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, onde estudava.

“Eu vi que as pessoas gostavam daquilo”, diz Larissa. “Não tinha gosto de gororoba de nutricionista”.

Ela foi vendendo os chocolates e seguindo a vida de estudante. Nesse caminho, juntou-se na empreitada o marido da nutricionista, Tiago Silveira, como diretor administrativo. Eles se mudaram para Florianópolis e começaram a entender melhor o setor. Em 2020, relançam a Cookoa como uma fábrica de chocolates inclusivos. É também quando entram no e-commerce e contratam os primeiros funcionários.

No primeiro ano de atuação, faturaram 870.000 reais. No ano seguinte, bateram 2,3 milhões de reais em receita. Em 2022, foram 2,6 milhões de reais. E a meta para 2023 é chegar a 3,4 milhões.

Mas os planos mais ambiciosos são para a partir do ano que vem. A empresa tem um plano de investimento para que a fábrica em Santa Catarina chegue à capacidade produtiva de 10 toneladas de chocolate por mês, dobrando o número de funcionários.

“A gente vai para o mercado entre o final de 2023 e 2024 para captar recursos”, afirma Silveira. “Precisamos entre 3 e 5 milhões de reais para esse plano de investimento. Queremos abrir lojas físicas e alcançar novos mercados. Implementando esse projeto, projetamos um faturamento no ano inicial entre 10 e 15 milhões de reais”.

Como são os chocolates inclusivos

A Cookoa tem em seu portfólio produtos de chocolate, mas que substituem alguns ingredientes, como leite de origem animal, por outros vegetais.

“A gente faz tudo, não terceiriza nada”, diz Silveira. “Não trabalhamos com glúten, leite, açúcar refinado nem com nenhum facilitador de produção. A gente faz nosso próprio leite, com mandioca, caju e coco. Reduzimos o açúcar para entre 25% e 30%. Quando a gente usa insumos nobres, não precisa colocar açúcar”.

Entre os processos que são internalizados está a torra e o descasque do cacau, a produção do leite, e a fabricação do produto final. Além da barra de chocolate preto, a Cookoa também vende chocolate branco, chocolate quente e alguns outros alimentos cuja origem vem do cacau.

Quais são os próximos passos da Cookoa

A meta de mais longo prazo é chegar ao faturamento de 15 milhões de reais a partir dos cheques que a empresa vai tentar captar. Por ora, o próximo passo é ampliar a sede física do negócio.

Em agosto, a empresa vai migrar da atual sede, que tem 500 metros quadrados, para uma de 700 metros quadrados. Lá, vão atingir a capacidade produtiva de 2 toneladas de chocolate por mês.

Larrisa Ludwig e Tiago Silveira, da Cookoa: casal toca o negócio junto desde 2020 (Cookoa/Divulgação)

Quais os desafios da Cookoa

A meta de crescimento da Cookoa esbarra em um desafio de processo: a capacidade produtiva está no limite.

“A gente está olhando novos canais, redes de supermercados, como a rede Oba, a rede Zaffari, mas não conseguimos no momento porque tem que estruturar esse chão de fábrica”, diz Silveira.

De acordo com o diretor administrativo, tudo que a empresa produz, vende em até 15 dias. Ir atrás desse aporte agora é uma das soluções possíveis para conseguir escalar o negócio.

Atualmente, são produzidas sete bases de chocolate, que resultam em 12 tipos de barras. Esses números correspondem a 1,3 tonelada de chocolate por mês em média – que deve aumentar 30% no próximo semestre com a mudança de sede.

Como o plant-based tem se posicionado

De acordo com a Euromonitor o consumo de alimentos plant-based cresceu quase 70% em 5 anos no Brasil. O setor está aquecido e as empresas que nele estão também estão se mobilizando.

Neste mês, quatro empresas de plant-based se juntaram para criar a Base Planta, uma associação para ajudar no desenvolvimento do setor de comidas feitas à base de plantas. O objetivo inicial será trabalhar para que os produtos a base de planta tenham o mesmo tratamento tributário dos de origem animal. Um exemplo é o leite. De acordo com a Base Planta, enquanto o leite vegetal paga tributo federal de 9,25%, o leite UHT (de origem animal) não carrega a taxa.

LEIA TAMBÉM: Plant-based: quatro empresas se unem para criar associação para fortalecer o setor

O setor de chocolates com maior intensidade de cacau também tem crescido. Marcas já tradicionais, como Lacta e Nestlé, tem acelerado a entrada neste mercado. A aposta vai na linha do aumento da procura por produtos saudáveis, o que cresceu durante a pandemia.

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