A pandemia afetou financeiramente muita gente. Sem ter renda, algumas pessoas não sabem como pagar o aluguel imobiliário. É aí que surge uma solução que está sendo praticada em Curitiba por alguns inquilinos e proprietários: a negociação.
A alternativa está sendo estimulada até pelas imobiliárias. Paulo Kinas é diretor de uma rede de imobiliárias na capital, que administra 600 imóveis de locação. Destes, 30% dos contratos tiveram o aluguel renegociado. Alguns inquilinos conseguiram redução de 20% a 50% do valor devido ou uma prorrogação no tempo para pagar de até três meses.
Juca Negrão é dono de um restaurante em Curitiba, que fica em um imóvel alugado. O empreendimento dele é destinado ao serviço de buffet e precisou reformular o modelo de atendimento após as medidas impostas para combater o novo coronavírus.
Com o impacto financeiro, Juca negociou com o locador do imóvel e conseguiu três meses de carência para pagar o aluguel. Tempo, para ele, necessário para se reorganizar e conseguir reunir o valor.
Mas, e o locador? Como fica nessa história, já que, muitas vezes, também está com a renda comprometida? O diretor da rede de imobiliárias acredita que, neste momento, o melhor é entrar em um acordo. O que, segundo ele, não significa que o proprietário do imóvel não deva analisar a condição do inquilino antes de reajustar o contrato, ou seja, verificar se ele realmente não tem condições de pagar é um bom começo.
A advogada, especialista em direito imobiliário, Morgana Borssuk, explica que o melhor agora é o diálogo, para evitar um processo judicial, que pode não ser vantajoso para nenhuma das partes.
Repórter Francielly Azevedo