Receita da Petrobras dispara quase 30% no trimestre, e dívida cai

A Petrobras apresentou bons resultados financeiros na noite desta quarta-feira, acima do que esperava o mercado. A receita de vendas da petroleira brasileira no segundo trimestre foi de 110 bilhões de reais, valor impactado principalmente pela valorização do barril de petróleo.

A Ativa Investimentos esperava uma receita de 98 bilhões, enquanto o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) de 105 bilhões.

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A petroleira, que é a maior estatal do país, também teve uma forte redução em sua dívida bruta, que caiu de 70,9 bilhões de dólares para 63,3 bilhões.

No texto de apresentação dos resultados, a companhia também destaca que levar a dívida bruta a 60 bilhões de dólares continua a ser um objetivo.

Com os resultados positivos, não só a dívida bruta da petroleira diminuiu, mas a chamada alavancagem também.

A alavancagem é a razão entre a dívida líquida e o EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que atingiu 1,49x em junho de 2021, a melhor marca desde o terceiro trimestre de 2011.

Desde a gestão de Pedro Parente, no governo de Michel Temer, a empresa tem focado em reduzir o endividamento e a alavancagem, que dispararam nos anos anteriores.

Em termos mais simples, essa relação quer dizer o seguinte: com o caixa atual, em quantos anos a companhia levaria para pagar sua dívida?

O lucro líquido recorrente foi de 40,7 bilhões de reais. Já o EBITDA ajustado, que costuma ser um pouco maior que o resultado líquido, foi de 61,9 bilhões de reais, 26,5% acima do trimestre anterior.

Os bons resultados na receita são, em grande parte, consequência da alta demanda pelos combustíveis, enquanto a oferta ainda segue “apertada” pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Eles até decidiram abrir as torneiras dos poços, mas num ritmo lento, de modo a manter os preços da commodity em alta.

No fim do primeiro trimestre, os barris de petróleo eram comercializados em média a 60 dólares. Agora, neste segundo trimestre, eles estão em 68 dólares, o que impactou positivamente a receita da companhia.

Estes foram os primeiros resultados financeiros da Petrobras com o general Silva e Luna realmente à frente da gestão da companhia.

Quando a empresa divulgou o balanço do primeiro trimestre, em abril, Silva e Luna já era o presidente, mas aqueles dados mostraram ainda todo o fim da gestão de Roberto Castello Branco.

Vendas de ativos

Um das interrogações quando houve a troca de comando na companhia no início do ano é se a companhia iria manter o plano de desinvestimentos que foi a marca da gestão do ex-presidente Roberto Castello Branco. Assim que assumiu, Silva e Luna se comprometeu a continuar a vender ativos.

No resultado deste segundo trimestre, a empresa destaca que desde o início do ano a entrada de caixa referente a venda de ativos foi de 2,8 bilhões de dólares.

Essa venda de ativos faz parte da estratégia da petroleira de focar na exploração e produção de óleo do pré-sal, onde os poços são mais produtivos (e consequentemente a extração é mais barata). Ao mesmo tempo, a companhia abre mão de negócios que não são relacionados a exploração e de poços em terra e águas rasas.Um dos exemplos foi a venda da participação da BR Distribuidora.

Os dados da produção de petróleo do segundo trimestre mostram que o pré-sal já é responsável por 70% do óleo da companhia.

Mesmo com os bons resultados financeiros no trimestre, parte do mercado ainda não se convenceu de que a empresa superou a turbulência do início do ano, quando a Presidência da República trocou o comando da petroleira devido às altas dos combustíveis.

Como a empresa segue a paridade internacional do petróleo para precificar o diesel e a gasolina, se o petróleo sobe, os derivados também sobem para os consumidores internos do país.

Em relatório sobre os 100 dias da gestão de Silva e Luna, o banco BTG Pactual manteve a recomendação de compra de ações como neutra e afirma que ainda existe uma defasagem entre os preços internacionais da gasolina e o cobrado pela Petrobras nas refinarias.

Ou seja, apesar dos protestos de consumidores, os combustíveis saem abaixo do que deveriam para a empresa. 

Mas, fora isso, a continuidade na política dos desinvestimentos e o foco no pré-sal dão boas perspectivas para a Petrobras, que deve apresentar nos próximos meses seu novo plano quinquenal, em que devem ser vistos para onde a maior empresa brasileira quer caminhar num mundo em transformação energética. 



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