Santander passa a ver queda de 2,2% no PIB de 2020 e recuperação em”U”

Diante dos impactos da pandemia do coronavírus na economia, o Santander Brasil revisou sua expectativa sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 para uma queda de 2,2% ante uma alta de 1% calculada há três semanas.

O número faz parte do novo cenário base do banco, que prevê um achatamento da curva de contágio pelo novo coronavírus no final de abril. Se esse movimento de concretizar, em 2021, o PIB pode crescer 1,7%, segundo a intituição.

“Dada a esperada perda de demanda e de capacidade produtiva da economia, não teremos recuperação em V (na qual a retomada é tão rápida quanto a queda), mas em U, ou seja, gradual ao longo dos próximos anos. Mas, nesse cenário base, chegamos no fim de 2021 praticamente no nível do pré-crise (do coronavírus)”, diz Ana Paula Vescovi, economista do Santander em teleconferência com jornalistas, nesta segunda-feira, 6.

O Brasil contabiliza mais de 11 mil casos confirmados de pessoas que contraíram a Covid-19 e 486 mortes pela doença. Em 31 de março, há uma semana, portanto, registrava 4.256 casos e 136 mortes. O comportamento das estatísticas aqui é muito semelhante ao da Coreia do Sul, destaca o Santander em relatório divulgado hoje, mas o número de casos cresce a uma taxa ligeiramente mais alta e sem o teste de massa vistos na Coréia do Sul.

“De acordo com epidemiologistas das principais universidades do mundo, espera-se que os casos no Brasil dobrem a cada 5,2 dias. Com essa informação, o número de casos nos próximos 10 dias pode atingir de 17 mil a 25 mil. Esta é a razão pela qual ações para conter a propagação e expansão do vírus de hospitais disponíveis camas são tão importantes”, escreveu a instituição.

As incertezas em volta da pandemia levaram o Santander a fazer uma análise mais profunda das possibilidades de cenário para o curto prazo, levando em consideração mais detalhes que envolvem a crise sanitária gerada pelo surto,  além do seu canal de contágio para a economia.

Desta forma, variações negativas em relação ao cenário base são mais prováveis do que as positivas. Num cenário negativo extremo, que considera o recuo da curva de contágios e da política de isolamento no fim de junho, o PIB de 2020 pode recuar 6%, segundo Vescovi, com recuperação de 2,8% em 2021.

Há 25% de chance de o cenário base do banco se deteriorar a esse ponto, explica a economista. Um cenário intermediário entre esse e o base, porém. teria mais chances de se tornar real. Um cenário mais positivo em relação ao base, no qual a política de confinamento termina no meio de abril, tem 5% de acontecer, segundo o cálculo.

 

 


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